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Mudanças drásticas na imigração podem impactar economia de Portugal

Foto do escritor: Rafa fabrisRafa fabris

Governo endurece normas de imigração e pode enfrentar escassez de mão de obra, afetando diretamente a economia de Portugal.


O governo português, pressionado por partidos populistas de direita, implementou novas regras de imigração que estão causando um alvoroço. Embora a medida tenha sido apresentada como uma adaptação às normas europeias, críticos afirmam que a economia de Portugal pode sofrer com a falta de trabalhadores estrangeiros, essenciais para setores como agricultura, construção civil e serviços.


As mudanças, anunciadas pelo secretário de Estado adjunto da Presidência, Rui Armindo Freitas, trouxeram uma reviravolta para o processo de imigração em Portugal. Até então, era possível que trabalhadores ilegais regularizassem sua situação após entrar no país, desde que provassem estar empregados. Agora, eles devem solicitar a autorização de residência fora de Portugal, o que pode complicar a entrada de novos imigrantes.


Novas regras para regularização


Segundo Freitas, o objetivo é resolver o acúmulo de cerca de 400 mil pedidos de regularização que se arrastam há anos. A ideia é organizar todo o processo até junho do próximo ano. No entanto, os trabalhadores migrantes, especialmente de países como Nepal e Bangladesh, podem enfrentar dificuldades devido à ausência de embaixadas portuguesas em seus países de origem.


"Precisamos de soluções ágeis para setores que dependem de mão de obra estrangeira, como a agricultura", afirma Luís Mira, da Confederação dos Agricultores de Portugal.


Impactos na economia de Portugal


Portugal depende fortemente de trabalhadores estrangeiros para manter a sua economia em funcionamento. Em setores como agricultura, construção e serviços, a presença de imigrantes é essencial. Os brasileiros, por exemplo, são a espinha dorsal de muitos cafés e restaurantes, enquanto asiáticos e africanos ocupam postos de trabalho em colheitas e canteiros de obras. Sem essa força de trabalho, muitos negócios poderiam fechar suas portas.


No entanto, com as novas regras de imigração, o cenário pode mudar. Ao exigir que os trabalhadores solicitem sua regularização fora de Portugal, o governo pode inadvertidamente criar barreiras para a entrada de mão de obra necessária, o que pode prejudicar a recuperação econômica do país. "Esses trabalhadores mantêm a economia de Portugal em pé, e sem eles, o impacto será sentido em breve", alerta Alberto Matos, da ONG Solim.


Populismo e imigração


Por trás das mudanças na política de imigração está a pressão de partidos populistas, como o Chega, que defende cotas de imigração e até um referendo sobre o tema. A ascensão dessas vozes pode ter influenciado o endurecimento das regras, que, segundo especialistas, tenta apaziguar o discurso anti-imigrantes. No entanto, Freitas insiste que o objetivo é garantir segurança e direitos para quem entra no país, ao mesmo tempo que se preserva o crescimento da economia de Portugal.


"O problema é que essas regras podem sair pela culatra", comenta Matos. Para ele, ao dificultar o processo de regularização, o governo pode acabar incentivando o aumento de imigrantes ilegais. "Se essas pessoas não puderem se legalizar após sua chegada, a tendência é que a imigração clandestina continue crescendo."


A nova política de imigração pode, sem dúvida, impactar diretamente a economia de Portugal. Com a dependência do país por mão de obra estrangeira em diversos setores, o governo terá de encontrar um equilíbrio entre o controle da imigração e a necessidade de trabalhadores. As próximas semanas serão cruciais para avaliar o impacto dessas medidas na prática, enquanto o debate sobre imigração continua a esquentar no cenário político português.


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